sexta-feira, 4 de março de 2011





Bem, hoje estivemos a pesquisar acerca do estado emocional da criança a ver os seus pais num acto de violência (sendo ela física ou psicológica).
Assim sendo, a criança poderá vir a sofrer de distúrbios mentais pelo facto de assistir à violência ou agressão física/psicológica que o pai perpetra sobre a mãe.
Mais tarde, a criança poderá tentar imitar o agressor exercendo o mesmo género de agressão sobre a mãe.
O impacto negativo que o testemunho de cenas de violência conjugal tem sobre as crianças é frequentemente menosprezado. Erradamente, muitas pessoas, inclusivamente alguns profissionais, acreditam que as crianças apagarão da memória a violência, se não se falar muito sobre ela.
O testemunho de violência entre o casal por parte do menor pode ser entendido como uma forma de abuso psicológico, uma vez que a criança vai viver num clima de medo constante, sendo o seu mundo marcadamente confuso, assustador e inseguro. Note-se que testemunhar violência pode mesmo alterar a trajectória desenvolvimental da criança ao longo do tempo, uma vez que as suas necessidades básicas vão ser sistematicamente interferidas.
Embora esta forma de violência não deixe marcas físicas, origina problemas emocionais, cognitivos e comportamentais muito sérios. Segundo os estudos, os menores que assistem a cenas de violência familiar apresentam défices ao nível da competência social, menor capacidade de resolução de problemas, temperamento agressivo e dificuldades ao nível da realização académica. Sentimentos de medo, culpa, vergonha, tristeza, insegurança e confusão são também muito típicos nestas crianças.
Uma outra consequência negativa para a criança que resulta da sua exposição à violência do casal é a interiorização de que a violência é uma estratégia útil na resolução de conflitos, tolerando assim mais facilmente o comportamento agressivo e agindo da mesma forma perante os pares e outros adultos.
Quanto mais fragilizada esta estiver, maior é o nível de problemas emocionais e comportamentais apresentados pela criança. Daí que a intervenção junto dela seja fundamental. Se a saúde psicológica da figura materna, o seu bem-estar e estabilidade forem assegurados, o equilíbrio emocional da criança será mais facilmente atingido.

Sendo a violência doméstica um fenómeno tão comum na nossa sociedade, torna-se urgente ajudar a quebrar o silêncio dos mais pequenos, uma vez que estes são sem dúvida as vítimas mais frágeis e mais frequentemente esquecidas!